O que você faria se sofresse a eliminação em um reality show com 99,17% dos votos do público?
Foi o que aconteceu com a rapper Karol Conka, participante do BBB 21. Ela disse em entrevista que pensou em suicídio e precisou da ajuda do psiquiatra para dizer a ela que não era uma psicopata. Depois passou um tempo fora das redes sociais, buscou apoio na família, nos amigos e na sua arte para superar o ódio das pessoas.
Falta-me competência para analisar o caso – se foi justa ou não a eliminação e os votos do público –, pois não assisto ao programa. Para dizer a verdade, pouca nos importa as atitudes dela dentro da casa, se houve falha na edição das imagens ou se as pessoas foram injustas com a cantora. Quero aqui tratar de um assunto um pouco mais complexo: como lidar com a rejeição.
É fácil (da boca pra fora) falar eu digo o que eu quero e os outros que se explodam. No mundo prático, o entorno impede a total autenticidade do indivíduo. E está tudo certo; o limite entre o que queremos dizer e o que devemos e podemos dizer é o que torna nossas relações possíveis. Imagina um mundo caótico em que as vontades individuais prevaleçam sobre as coletivas.
Ainda assim, agir conforme os ditames legais e ser uma pessoa gentil, parece não garantir que você seja deixado de lado. Um rompimento indesejado de uma relação, uma demissão inesperada, o afastamento de uma amizade e até um cancelamento na internet são formas de rejeição. E ninguém está livre disso.
Engana-se quem pensa que é apenas um caso de amor próprio. Pode crer, mesmo alguém com a confiança em dia pode se abalar após um revés como um cancelamento, por exemplo. Nossa necessidade de viver em bando prevalece – mesmo que sejamos odiados pelo bando.
Aí vem a pergunta, como superar uma rejeição?
Os terapeutas, os maiores especialistas no assunto, são unânimes em afirmar que a única forma de vencer a rejeição é investir na autoestima. E como investir na autoestima? Isso é assunto para outro texto.
Dica de filme: Tár (2022).
