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Colunista: Luis Felipe

Os vermes de toda espécie

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As câmeras de monitoramento ainda não são capazes de identificar essas pessoas que circulam por aí. Elas estão na fila da farmácia, no ponto de ônibus, dentro do trem, no consultório médico, no estádio de futebol, no aeroporto, no nosso trabalho; estão dentro da nossa família, estão dentro da nossa casa.
Pode ser a pessoa que nos passa o troco errado, a pessoa que nos enrola com a taxa de juros na hora do empréstimo, o pedestre que esbarra sem querer na gente e até pede desculpas, pode ser a pessoa que nos salvou a vida, pode ser a pessoa que nos concebeu, pode ser você. E vejam! Pode ser este cronista.

Vimos que se trata de muita gente. Então chega de suspense. Me refiro às pessoas intragáveis, às amarguradas, às rancorosas, às encrenqueiras, às maldosas, às fofoqueiras, às maliciosas, às intrigueiras, às amantes da própria voz ou pessoas rádio (aquelas que falam muito e ouvem zero), às desagradáveis, às interesseiras, às mal-humoradas, às mesquinhas, às esnobes, às preconceituosas, às pretensiosas e et cetera.

Hoje é normal chamá-las de tóxicas. Gosto de tóxicas, porque passa a ideia de que envenenam os espaços. Mas que tal se continuássemos a chamá-las de chatas?

O chato é um parasita asqueroso (vejam as imagens no Google) ao qual todos estamos vulneráveis – basta um descuido na higiene pessoal.

Pois assim justifico minha predileção pelo adjetivo chato ou chata. O chato parasita alimenta-se de sangue, ao passo que um chato humano necessita de mentes para que sua chatice se realize. Um chato parasita carece de um corpo desleixado (normalmente) para fazer morada, ao tempo em que um chato humano precisa de um ser vulnerável psicologicamente para prosperar. O que aproxima as duas classes de chatos é que ambos não querem matar seus hospedeiros: eles precisam dos humanos.

Características postas, creio que ter um chato humano por perto é mais nocivo que um pobre chato parasita.

Vejam, para se aguentar um chato humano vão-se investimentos mil em terapia, amizades saudáveis, bons hábitos de lazer e muita, mas muita, paciência. Para combater um chato parasita, um inseticida adequado costuma funcionar.

Há quem sustente com muita obstinação que o homem – mesmo em se tratando de um homem chato – é fruto da bondade divina. Tenho minhas dúvidas. Eu, se fosse um deus, investiria mais em chatos parasitas.

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