Se você tem menos de vinte e três anos e está namorando, trago uma notícia importante: seu relacionamento está com os dias contados.
E não importa se você (acha que) ama a pessoa, se tem dois ou cinco anos de namoro. Após o término, você sentirá um vazio, vai pensar em voltar atrás; é bem possível que tenha recaídas; talvez entre em depressão. Pode ser até, em casos mais graves, que pense em atentar contra a própria vida.
Mas calma, antes de formular uma enxurrada de argumentos contrários à minha afirmação, xingar este pobre cronista ou chorar, escute. Pode crer, por trás dessa notícia inequívoca de rompimento, se esconde a serenidade de uma vida plena, sem enganos.
Aposto que você deve conhecer muito casal aparentemente feliz depois dos trinta anos. Se subir um pouco mais, aos quarenta, é ainda mais fácil. E após os cinquenta então, já repararam que tudo são flores?
Por que isso acontece? Será que a paz no relacionamento é exclusividade de quem é mais velho? Minha resposta como sempre é dúbia, sim e não.
Não acredito que todas as pessoas com mais de quarenta anos encontraram, da noite para o dia, o amor das suas vidas. O que aconteceu foi que amadureceram. As pessoas mudam, não raras vezes, para melhor. E o caminho para esse crescimento envolve sofrer e trazer sofrimento a outras pessoas. Ou seja, não é que alguém mais experiente tenha encontrado sua alma gêmea. Ela apenas mudou e conseguiu alguém que também se transformou.
Claro, se você acredita que isso é amor, vá em frente, afogue-se em águas rasas. As telenovelas, os romances baratos e os filmes B agradecem o seu apoio.
Antes que me acuse de ter o coração frio, quero dizer que ponho fé na mágica dos sentimentos. Acaso não é amor respirar o mesmo hálito todas as manhãs, aturar o mau-humor da mesma pessoa, disputar o controle remoto da TV e ainda seguir firme num casamento por anos? Se isso não é amor, então desconheço o significado da palavra.
Olha o que acabo de ler em um romance “O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor…, mas pelo desejo do sono compartilhado”.
A despeito da brincadeira, sei muita história de gente que casou ainda adolescente, construiu lar, teve filhos, netos e bisnetos Em tese, casamentos felizes. Em tese – a parte ruim dessa história não sou capaz de te contar.