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Colunista: Luis Felipe

Viagem de verão

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“O sol há de brilhar mais uma vez, a luz há de chegar aos corações, do mal será queimada a semente, o amor será eterno novamente”.

São versos da saudosa Clara Nunes. Faço uso para associar o sol ao verão (quer símbolo mais representativo do verão que o sol?).

Está longe a estação, eu sei, mais de um mês de distância. Mas hoje, antes de sentar para escrever esta crônica, e enquanto passeava com a minha cachorrinha, jurei sentir um aroma familiar e agradável: a maresia. Moro longe do litoral, é bom que se diga.

Imaginei a praia. Vi as pessoas passeando descalças na orla, fazendo planos para o futuro; senti o cheiro do protetor solar em contato com a pele e da pele untada em contato com o sol; minha garganta resfriou devido à cerveja que deslizava pela garganta; eu espreguiçando na cadeira de abrir afundada na areia, óculos escuros na cara, olhando o horizonte na tentativa de identificar se aqueles pontinhos pretos, muito distantes, eram navios ou coisa da minha imaginação; senti em meus dedos o contato frio das páginas do livro que lia em contraste com o calor abrasante.

A atmosfera da praia me contagia. Pouco importam as dificuldades. Se preciso aguardar meia-hora na fila para comprar cinco cacetinhos, se tenho que rodar vários quarteirões até achar um lugar seguro para estacionar ou se encontrarei um espaço na faixa de areia para montar meu pequeno acampamento. Importa mais o fato de estar fazendo trinta e cinco graus, importa o sol livre do bloqueio das nuvens, importa ver o brilho de contentamento no rosto das pessoas.

À noite, nem a quantidade de mosquitos, o abafamento ou o dormir mal acomodado em uma casa sem infraestrutura alguma, são capazes de estragar A Praia. Eu compenso essas adversidades imaginando as pessoas bronzeadas caminhando, tomando sorvete e comendo crepe.

Imagino o fim de janeiro, início de fevereiro e o verão próximo do fim. Penso que nem todo mundo pôde ir à praia. E mesmo quem foi, deseja retornar para casa. Frases como “Não há como a casa da gente” ou “Não há nada como um sono na cama da gente” são proferidas a todo instante.

Me aproximo do portão da minha casa. Minha cachorra e eu estamos cansados do passeio. Foi longo, afinal. Abro a porta e ao olhar para os móveis, sinto como se estivesse retornando de viagem. Imediatamente vou à procura da minha mulher, a encontro e digo a ela que precisamos programar nossas próximas férias de verão.

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