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Colunista: Henrique Pajares

O bom político não tem memória

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Meu pai e fundador do Jornal Integração, Carlos Augusto Pajares, por anos liderou a editoria de política deste periódico semanal na página dois. Sua coluna era a área mais vista do Jornal, principalmente no início dos anos 2000. Era um fã da política, inclusive tentou em três oportunidades entrar para essa área como candidato em Palmares e Capivari, mas não obteve sucesso. Nesses anos todos convivência, quando o assunto era política uma frase dele sempre me marcou: “o bom político não tem memória”.

Durante várias oportunidades podemos comprovar isso em nosso meio político municipal, tanto em Capivari como em Palmares, com diversas situações que comprovaram essa observação dele. Agora, nos dias de hoje, estamos vendo a nível nacional com as eleições para presidente. Mas, no fundo, fico pensando que essa frase estaria fora de contexto. Acredito que o correto seria “o mau político não tem memória”. Se aplicaria melhor ao que estamos presenciando.

Ciro Gomes, candidato do PDT e “adversário” ferrenho de Luis Inácio Lula da Silva, pelo menos durante a campanha do primeiro turno, declarou apoio ao ex-presidente petista neste segundo turno. Geraldo Alckimim, vice na chapa de Lula, hoje no PSB, foi por muito tempo opositor do petista em eleições anteriores quando estava filiado ao PSDB. Ciro e Alckimim, inclusive, ficaram marcados por falas fortes contra o ex-presidente. Simone Tebet, outra adversária de Lula nestas eleições, anunciou seu apoio ao PT, apesar do MDB nacional ter declarado neutralidade para o segundo turno. O Cidadania, que estava ao lado de Tebet, também foi outro partido que anunciou apoio a Lula. O meio político mostra, a cada dia, que vale tudo pelo poder.

Sabemos que a política, em certa parte, é suja e desonesta. Mas, aos políticos, onde está o lado humano em toda a situação? Onde estão seus princípios? Sua honra? Sua honestidade? Vergonha? Será que todos esses adjetivos são esquecidos quando se trata da busca pelo poder?

E o bom eleitor, será que este tem boa memória?

Pouca diferença

As eleições realizadas no domingo, dia 02, foram um pouco diferente de 2018, principalmente nos números. Neste ano, a diferença de Bolsonaro e o candidato do PT foi mínima. Em 2018, o atual presidente computou 1.368 votos contra 587 de Fernando Hadadd em Capivari, uma diferença de 800 votos. Neste ano a diferença foi de 279, com 1.458 de Bolsonaro e 1.179 de Lula. Ou seja, o Partido dos Trabalhadores dobrou sua votação.

Em Palmares do Sul, Bolsonaro fez 3.667 e Hadadd 2.015 quatro anos atrás. Diferença de 1.652 votos. Este ano, a diferença caiu para apenas 213 votos, onde Bolsonaro somou 3.658 e Lula 3.445.
Em Palmares, o PT sempre foi forte e, apesar de ser uma cidade predominante do agro, a votação de Lula é explicada por esse fator. Em Capivari, ao meu ver, a votação expressiva de Lula se explica muito mais pelo antibolsonarismo do que propriamente pelo partido, já que o PT nem existe no município.

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