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Editorial

Até quando teremos que discutir o racismo?

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A morte de uma mulher negra de 24 anos, grávida de quatro meses, por uma bala perdida em uma favela no Rio de Janeiro ganhou grande repercussão nas mídias esta semana. A frase “não é bala perdida se sempre mata os mesmos corpos”, foi uma das mais replicadas nas redes, pois se refere à estranha coincidência de que as balas acabam sempre atingindo pessoas negras. As mortes por balas perdidas nas favelas ocorrem com grande frequência e os tiros sempre são disparados por armas policiais, de acordo com as testemunhas que moram no local.

Por mais difícil que seja discutir essa situação, pois há sempre dois lados, já está mais do que provado que a forma com que as ações policiais de combate ao tráfico em comunidades são conduzidas não tem surtido bons resultados. E a frase “estava na hora e local errado” não cabe mais para justificar o tanto de vidas inocentes que são perdidas nesses embates entre polícia e bandidos.

Não concordamos que deve-se deixar como está, com o tráfico de drogas e armas livre e solto pelas favelas do Brasil. É preciso sim promover e garantir a segurança dos brasileiros e acabar com o crime, principalmente nos locais mais afetados pela violência, no entanto, também não podemos achar normal que tantas mães chorem pela morte de seus filhos, muitas vezes crianças inocentes, nessa guerra que não tem fim.

O fato destas pessoas mortas serem quase sempre negras também gera uma grande revolta, pois mesmo que se negue, sabemos que o racismo ainda existe e de forma muito forte no país e é inacreditável que 133 anos após a abolição da escravidão no Brasil ainda tenhamos que presenciar comportamentos racistas.

Kathlen Romeu continuou sendo o assunto mais comentado da semana quando a loja de roupas em que ela trabalhava no Rio de Janeiro lançou um cupom de desconto com seu nome para compras online. Por ser uma marca bastante conhecida, a loja foi alvo de inúmeras críticas nas redes sociais, acusada de querer lucrar com a morte da vendedora, que causou grande comoção no país.
Em sua defesa, a marca disse que doaria uma porcentagem da comissão das vendas à família da Katlhen e logo retirou o cupom de desconto do ar.

Como empregadora, a loja tem o compromisso solidário com a família, mas com certeza essa não foi a melhor maneira de prestar apoio.

  • Editorial Jornal Integração 11-06-2021

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