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Editorial

Prefeitos não quiseram assumir a “bronca”

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Em uma reunião com a Famurs e presidentes das associações de municípios, realizada nesta semana, o governador Eduardo Leite sugeriu aos prefeitos a retirada da obrigatoriedade dos municípios de seguirem as bandeiras definidas pelo modelo de distanciamento controlado do Estado. Pela proposta, o governo continuaria a emitir os mapas todas as sextas-feiras, mas caberia as regiões a decisão de acatar ou não o nível de restrição indicado.

Os prefeitos não aceitaram a proposta, pois não querem ter toda essa autonomia e entendem que é papel do Estado manter a condução do modelo e orientar o nível de restrições. Se eles pensam assim, porque todo fim de semana há uma enxurrada de contestações contra as bandeiras divulgadas pelo governo?

O caso mais recente, e que certamente levou Leite a fazer esta proposta aos chefes municipais, foi o mapa divulgado na última sexta-feira, 17 de julho, onde apenas duas regiões (Pelotas e Bagé) entrariam a nova semana com bandeira laranja. Na terça-feira, dia 21, depois dos recursos, 10 regiões conseguiram sair da situação de risco alto (vermelha) para risco médio (laranja): Santa Maria, Uruguaiana, Santo Ângelo, Cruz Alta, Ijuí, Santa Rosa, Erechim, Cachoeira do Sul, Santa Cruz e Lajeado.

Se o mapa das bandeiras é definido por critérios técnicos, com base em dados apurados até quinta-feira pela Secretaria da Saúde do Estado, como pode aceitar tantos recursos e mudar radicalmente em 3 dias? São por esses e outros desencontros de informações que a população gaúcha está cada vez mais confusa, sem conhecer a real situação do Estado diante da pandemia e por isso grande maioria já é contra o isolamento social.

Como pedir para as pessoas não saírem de casa, se na sexta-feira é para fechar tudo e na terça já está tudo liberado de novo?

Os prefeitos não querem decidir sozinhos, pois como disse o presidente da Famurs: “não é hora de transferir essa responsabilidade aos prefeitos”. No entanto, pedem mais participação das entidades regionais na definição de protocolos e na discussão sobre o regramento do modelo.

Entendemos que esta é uma das situações de saúde pública mais complicada na história do nosso país, pois está muito difícil para os governadores e prefeitos protegerem a saúde e a economia ao mesmo tempo. Porém, é preciso alinhar o discurso e definir estratégias concretas para transmitir mais segurança à população e parar de culpá-la por não permanecer em casa.

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