Se você tem mais de trinta e cinco anos e acumula meia dúzia de assinaturas na carteira profissional, estas palavras não são para você. Esta coluna é especialmente direcionada a recém egressos do ensino médio, pessoas à procura do primeiro emprego e adultos sustentados pelos pais (mas que procuram independência financeira).
Mas se você chegou até aqui e não se enquadra em nenhuma das categorias acima, tudo bem, é sempre bom refletir sobre atitudes profissionais.
Abandonar o conforto de casa para se meter num lugar cheio de desconhecidos com diversas personalidades é antes uma necessidade do que uma escolha. E já que não é fácil enriquecer ganhando na loteria ou nascer herdeiro, a única forma digna de se adquirir dinheiro, de se sustentar, é através do trabalho assalariado.
Então que tal fazer isso agindo de forma íntegra, mantendo a postura, tendo bons modos, adquirindo novas competência, fazendo amizades e preservando a sua saúde mental e a de terceiros?
Parece uma missão difícil? Pois é mesmo.
Para começar a história, vale lembrar que colega não é pessoa da família. Sim, por mais que seja legal, quase como um irmão, você deve ter cuidado. Lembremos, intimidade não pressupõe liberdade irrestrita. Ou seja, um laço rompido com aquele colega “irmão” é bem mais difícil de ser reconstruído do que com um familiar de sangue.
Outro ponto fundamental para quem está ingressando no mundo do trabalho é compreender a importância das hierarquias. Postos diferentes são criados para que haja um contrapeso de tarefas. Sabendo disso, vale contestar aquela premissa banal “tem quem manda e quem obedece”. É fundamental haver respeito e reconhecimento com autoridades superiores. E isso não significa seguir ordens cegamente.
Por fim, mas com caráter de primeiro, prezar pela postura ética. Eu sei, a ética pertence à classe daquelas aptidões sempre faladas e jamais compreendidas. Mas aqui, basicamente, refiro-me ao fato de evitar fofocas, seja replicando-as ou ouvindo-as (sempre há espaço para se afastar).
Como disse anteriormente, nada substitui a comodidade do nosso lar. A ação de trabalhar é imperativa aos pobres. Um ato, na maioria das vezes, desgastante, doloroso, ruim.
Sabendo dessas dificuldades, o melhor é ingressar nesse novo mundo deixando a mesquinhez, egoísmo e a maldade do lado de fora.