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Colunista: Luis Felipe

Do casulo à liberdade

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Certa vez, um homem encontrou uma rara borboleta-monarca presa em seu casulo. Curioso e fascinado, ele ficou observando a cena. Após alguns instantes, resolveu agir: com os dedos, desvencilhou o animal do casulo e facilitou sua saída. O que ele não sabia era que, com esse gesto, estaria prejudicando a borboleta, pois ela precisa lutar e assim fortalecer as asas para sobreviver na natureza.
A parábola nos mostra que sofrimento e contratempos podem ser uma dádiva em nossas vidas. Além disso, nos mostra que enfrentar os desafios sozinhos pode nos tornar pessoas mais fortes e que nem sempre devemos intervir nas adversidades alheias, pois algumas são inevitáveis e até necessárias.
A pergunta é: como não ajudar a borboleta, já que o instinto natural tende a nos impulsionar para defender os mais “frágeis”? A resposta, diferente do que imaginamos em um primeiro momento, está em nós mesmos, nas nossas experiências de vida.
Olhe para você nesse momento, olhe para a sua história. Pergunte-se se seria o que você é se não tivesse passado por momentos difíceis. Ou, se preferir, imagine-se tendo uma vida farta e sem desafios.
Tem um jargão muito utilizado nos esportes que exemplifica bem o que estou falando: só sabe o verdadeiro valor de uma vitória quem já passou por muitas derrotas.
Às vezes a gente se perde idealizando um casamento perfeito, sonhando com um emprego feliz, buscando a tranquilidade com a compra de uma casa na praia, correndo atrás do primeiro milhão e acaba esquecendo do quão maravilhosa foi a trajetória.
Dias atrás, ouvi de um amigo meu um comentário sobre os streamings que achei interessante. Ele dizia que mais legal do que assistir aos filmes e séries era ficar navegando nos serviços. O que ele disse é uma brincadeira, eu sei. Mas não deixa de ser verdadeiro, em determinado ponto.
Veja o trabalho que dá construir um casamento, por exemplo. Primeiro vem a conquista, depois o namoro, o planejamento de morar juntos, a compra da casa própria, a escolha de ter ou não filhos. A graça está em tudo isso.
O que importa, no fim, é se esse acúmulo de experiências fez algum sentido para você, se ele trouxe ensinamentos, se te deixou mais sábio. Se você saiu do casulo sozinho, parabéns; você hoje é uma pessoa livre e, com certeza, mais forte.

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