Editorial
EDITORIAL: A corrida da vacina continua…
A corrida, que antes era pela compra da vacina, agora é para ver quem vacina primeiro
Nesta quinta-feira, 24, o governador Eduardo Leite anunciou, em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, que o Estado dará uma premiação em dinheiro aos municípios, como forma de incentivo, para aqueles que conseguirem alcançar as metas de vacinação contra a covid. São várias faixas de premiação em dinheiro, mudando o valor de acordo com a população do município.
Na ocasião, o governador detalhou o calendário de vacinação, apresentando o percentual de vacinados nas etapas anteriores e também falou sobre a intenção de ter toda população vacinada com ao menos uma dose de vacina contra o coronavírus até o dia 20 de setembro.
Decisão semelhante foi tomada pelo governador de Maranhão, Flavio Dino. Só que no estado do nordeste, o prêmio vai direto para o cidadão em forma de cartão de alimentação e pode variar de R$ 1 mil a R$ 10 mil. Para concorrer aos prêmios, é preciso tomar as duas doses da vacina.
Essas ações são inspiradas no que vem ocorrendo nos Estados Unidos, que adotou iniciativas como distribuição de comidas, bebidas e outros prêmios para quem for se vacinar. Um ano de donuts grátis é uma das promessas do governo Biden, que espera estar com 70% da população imunizada até o dia 4 de julho, data que comemora a independência americana.
A corrida, que antes era pela compra da vacina, agora é para ver quem vacina primeiro. É claro que queremos ver a população do nosso Estado, Brasil e mundo vacinada o quanto antes, mas é visivelmente claro os interesses políticos de nossos governantes, visando as eleições de 2022. Eduardo Leite é um dos que já colocou seu nome à disposição do partido para concorrer à presidência pelo PSDB. João Dória, governador de São Paulo, também tá nessa corrida, a da vacina e a da presidência.
A principal campanha que estados e municípios deveriam fazer é de conscientizar a população sobre a importância da vacinação, desfazendo mitos e fake news, com trabalho efetivo dos agentes de saúde como interlocutores junto às comunidades.
Num Estado que se diz “quebrado” há um ano, com pagamentos e dívidas atrasadas, é impressionante ver como, mesmo com a pandemia, conseguiu colocar todos seus compromissos em dia e ainda sobrou para premiar os municípios que vacinarem mais.
Esperamos que, com prêmio ou sem prêmio, a população entenda a importância da vacinação para que possamos ter de volta aquilo que um dia chamamos de vida normal.