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Palmares do Sul

O que dizem os envolvidos na operação do Ministério Público em Palmares do Sul

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Com o objetivo de combater os desvios de doações às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) vem realizando diversas operações em todo o Estado. Na terça-feira, dia 04 de junho, no município de Palmares do Sul, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão: um na casa do vereador Manoel Antunes (PL) e outro na residência do Secretário de Administração Rodrigo Machado.

A operação deflagrada visa obter mais provas, com a apreensão de documentos e mídias eletrônicas. Mandados também foram cumpridos em Mostardas. As denúncias, repassadas inicialmente à Promotoria de Justiça de Palmares do Sul, apontam que os investigados se aproveitaram dos cargos que ocupam para desviar donativos para as residências e oferecer em troca de voto para pelo menos um dos três suspeitos nas eleições deste ano.

Em entrevista à Rádio Osório na quarta-feira, o Delegado Antônio Ractz informou que não foram encontrados nenhum indício de irregularidade na casa do Secretário de Palmares.

“Com relação a ele, da nossa parte, da Polícia Civil, não foi comprovado nada. Foi feita uma denúncia e precisamos investigar. As vezes elas não procedem. Concluímos que a denúncia era improcedente. Ouvimos o vereador Manoel e a sua companheira e as declarações foram inconsistentes. Há uma desconfiança em relação a isso. Vamos seguir investigando”, disse o Ractz.

“Não tenho nada em relação às acusações feitas em tais denúncias”, diz Secretário

No início da tarde desta quinta-feira, 06, o Secretário de Administração de Palmares do Sul Rodrigo Machado divulgou através de suas redes sociais uma nota referente a operação do Ministério Público, realizada no início da semana. Confira a nota abaixo.

“Na última terça-feira, 4 de junho, fui surpreendido com uma ação policial em minha residência. A Polícia Civil, juntamente com o Ministério Público, cumprindo mandados, foram averiguar denúncias de que eu estaria com cestas básicas desviadas para fins políticos.

Tratou-se de uma ação protocolar de investigação, onde o trabalho foi devidamente cumprido. Colaborei em tudo que foi solicitado. Naturalmente, nada foi encontrado; nem em minha casa, nem na do meu sogro, que também foi revistada.

Durante o dia, meu nome foi injustamente veiculado. Ressalto que nada tenho em relação às acusações feitas em tais denúncias anônimas, que apenas serviram para atrasar o trabalho dos órgãos de justiça e policiais; sugerindo apenas uma prática eleitoreira, tentando atribuir alguma transgressão à administração que vem fazendo um trabalho social exemplar em cuidado com a sociedade palmarense neste momento de calamidade.

Agradeço muito a todo apoio que recebi, especialmente da minha família, amigos e do prefeito Mauricio Muniz.

Finalizo, publicando trecho da entrevista do delegado Antonio Ractz à Rádio Osório, na quarta-feira, 5 de junho, na qual me isenta e inocenta de qualquer acusação; e que faz a devida justiça com relação àqueles que tentaram difamar meu nome e o trabalho social feito pela administração pública até o momento”.

“Jamais iria me aproveitar de uma situação assim para tirar proveito político”, afirma Maneca

Outro nome citado na investigação do Ministério Público é do vereador Manoel Antunes (PL). Dois mandados de busca e apreensão foram realizados nas duas residências de Maneca, em Palmares e na Solidão, em Mostardas.

“Não encontraram absolutamente nada comigo. Não tenho nada a esconder e sempre trabalhei de maneira transparente. Jamais iria me aproveitar de uma situação assim para tirar proveito político, enquanto muitos estão sofrendo e passando dificuldades neste momento”, disse Maneca.

Na casa de sua campanheira, o vereador relata que foram encontradas quatro mini cestas básicas, que seriam dela e de sua irmã. “Estas cestas não tiveram origem da prefeitura, são da minha companheira e da irmã dela. Não há nada a esconder quanto a isso. Quanto ao caminhão apreendido com doações, não há nenhuma relação comigo”, comentou.

Vereador Filipe Lang também foi ouvido

Durante as diligências, o vereador Filipe Lang (PT) também foi chamado para prestar depoimento na Promotoria após a divulgação de um vídeo, na sua própria rede social, mostrando a entrega de doações em Quintão. Segundo o Delegado, chamou a atenção o fato do vereador ter intermediado 18 toneladas de doações para Palmares oriundas da Secretaria Extraordinária de Reconstrução do Estado para serem distribuídas preferencialmente em três grupos: o assentamento do Movimento Sem Terra – MST de Granja Vargas, a comunidade Quilombola de Bacopari e as pessoas negras.

“O que nos causa estranheza é que não há nenhum ato formal para oficializar estas doações. Não há nenhum documento ou e-mail. Apenas uma visita e whatsapp. E o próprio vereador estava distribuindo. Acredito que estas doações deveriam ser feitas ao município, a prefeitura, para que ela faça a distribuição. Esses grupos que estavam em uma tabela que apreendemos, nenhum deles foi atingido pela cheia do Rio Palmares. Outro detalhe é que grande parte desse material, das 18 toneladas, foi enviado ao distrito de Quintão, que nem na tabela estava, reduto eleitoral de outro pré-candidato”, comentou o Delegado.

Filipe Lang se defende após ter nome vinculado a operação

O vereador Filipe Lang (PT) usou suas redes sociais para esclarecer a divulgação por parte da Rádio Gaúcha de que seria um dos alvos da operação realizada no município na terça-feira, dia 04, que visa combater o desvio de doações às vítimas das enchentes. Segundo o vereador, a informação repassada pela Gaúcha foi falsa. A própria imprensa acabou corrigindo mais tarde.

“Os mandados cumpridos em Palmares não foram em minha casa e nem tiveram meu nome e da minha esposa envolvidos. Eu apenas fui chamado para prestar depoimento em relação as 18 toneladas de doações que intermediei junto a Secretaria Extraordinária de Reconstrução, onde eu postei um vídeo no sábado, dia 01 de junho, mostrando a entrega dos donativos em Balneário Quintão. Outros centros de distribuição já foram contemplados, como a SARPEIXE em Quintão, e isso é o trabalho de um agente político. Não há nada de ilegal nessa atitude”, comentou Filipe, que lembrou ainda que a praia de Quintão recebeu um grande número de desabrigados. “Diferentemente do que foi afirmado pelo delegado em entrevista à Rádio Osório, o motivo para uma parte das doações terem sido destinadas ao Quintão é pelo fato de que o distrito hoje abriga aproximadamente 3 mil pessoas que tiveram suas casas alagadas na enchente, existem pessoas de Porto Alegre (Humaitá que continua sem luz), Canoas (Mathias que ainda tem alguns pontos sem luz), bem como existem pessoas de Eldorado do Sul, que foi devastada pelas enchentes. Então há sim uma necessidade de auxílio naquela localidade”.

De acordo com Filipe, o centro de distribuição de Quintão, em poucos dias, já atendeu mais de 500 famílias, aproximadamente 2.500 pessoas, com todas as famílias cadastradas em um sistema informatizado. “O grupo possui o CPF das pessoas, endereço, quando foi ao centro, o que retirou, bem como todo o controle necessário para que não haja desvio de qualquer donativo, seja alimentos, seja material de higiene e limpeza. O próprio centro de distribuição já solicitou uma visita ao Ministério Público, para que o promotor veja pessoalmente a seriedade do serviço prestado por mais de 25 voluntários que trabalham diariamente sem qualquer remuneração, pessoas sérias que apenas buscam ajudar o próximo”, completou.

 

 

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