Todos nós sabemos que a cada dia a situação tem ficado mais crítica em nosso país, o que torna indispensável o uso de medidas para manter a segurança. Trancamos nossa casa ao sair, nosso carro ao descer, escondemos nosso celular quando frequentamos ruas e avenidas movimentadas nas grandes metrópoles. Tudo isso para nos sentirmos um pouco mais seguros quanto a possíveis assaltos.
O caso do ataque na creche de Blumenau, em Santa Catarina, somente apressou uma realidade que estava em baixo de nossos olhos. Mais cedo ou mais tarde nós, pais e responsáveis pelos menores, teríamos que nos adaptar e conviver com novas medidas, mesmo residindo em cidades pequenas, como Capivari e Palmares. O poder público apenas antecipou ações de prevenção.
A presença de segurança nas escolas é necessária, pois todo local onde existe um grande fluxo de pessoas está vulnerável a imprevistos, que podem comprometer a segurança do ambiente. Um local extremamente vulnerável é a escola, pois têm uma grande concentração de crianças e adolescentes. Por isso, é necessário o cuidado redobrado. Esperamos que todas estas ações que vêm sendo tomadas pelos órgãos competentes ajudem a controlar e a evitar que episódios trágicos voltem a acontecer.
No entanto, não basta exigirmos ações imediatas do poder público e continuarmos cometendo os mesmos erros como pais. A ausência de diálogo entre pais e filhos está cada vez maior. É muito mais cômodo e fácil manter o filho entretido com telas e jogos do que dispor de um tempo de qualidade com eles, afinal, nós pais também estamos tão escravos das telas como nossos filhos.
O resultado disso é uma geração crescendo cada vez mais doente, mais fragilizada e mais vulnerável a uma imensidão de conteúdo sem limites oferecido pela internet. E é de inteira responsabilidade da família esse papel de conversar, saber quem são os amigos, o que anda acontecendo na escola, como eles se comportam nos ambientes fora de casa e gerenciar o conteúdo que consomem através das telas. Cabe aos pais e responsáveis proporcionar experiências necessárias para a formação de seus filhos.
Vamos deixar de ser egoístas! Vamos participar mais da vida de nossos filhos, conhecer o ambiente em que estudam. Vamos, também, cobrar mais ações do poder público sim, mas que façamos isso de maneira sensata, pensando no bem coletivo e não apenas olhando para nosso próprio umbigo. Vamos acolher nossas crianças e adolescentes em casa e na escola.
Afinal, a escola é como uma rede, formada por várias famílias, onde a atitude de um aluno ou um pai pode impactar diretamente, de maneira positiva ou negativa, na vida escolar daqueles que ali estão todos os dias.