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Palmares do Sul

Proprietário contesta invasão de terras no distrito de Quintão

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Na manhã de segunda-feira, dia 31 de outubro, cerca de 30 homens tomaram uma plantação de pinus no distrito de Balneário Quintão, em Palmares do Sul. A área, de propriedade da Pousada da Praia, de Aloisio Schmaedecke Perdomini, possui pinus de mais de 30 anos que estavam em processo de resinagem. A Brigada Militar esteve no local e nega ter encontrado armas, mas confirma a atuação de pessoas como seguranças privados, inclusive policiais militares. A BM de Osório classificou o episódio como um “desacerto comercial”.

Após o ocorrido, João Perdomini, pai de Aloisio, esteve na redação do Jornal Integração para esclarecer os fatos e alegar que a área invadida é de propriedade de sua família, conforme processos judiciais julgados a ser favor. Aloisio diz que a terra é de posse da sua família desde que nasceu, 47 anos atrás. Ele afirma ter a matrícula da área e contrato de arrendamento desde 2007, negando que haja alguma disputa judicial. João Perdomini lembra ainda diversos casos de invasão e brigas na justiça durante todos esses anos, e que culminaram com a sua vitória.

“A Fazenda do Potreirinho tem posse da área com tradição de 200 anos, títulos com 165 anos de procedência e está desde 2003 acobertada pela coisa julgada. Dentre os diversos aventureiros que tentaram se apossar de parte das terras da Fazenda do Potreirinho, estão Odilon Cray, Odacir José Martins, Deoclécio Ferreira, Sinos Incorporações Ltda, o ex-ministro Eliseu Padilha e Julio Cesar Santos Neto, além de muitos outros nomes. Mesmo estando julgado, ainda estão aparecendo estas pessoas”, comentou.

Segundo João Perdomini, as terras foram compradas por Frutuoso Francisco da Silveira em 1820 e, desde então, foram sendo passadas a seus sucessores até chegar ao neto Pedro Frutuoso da Silveira. Em 1940, a área foi vendida para Damasio Antônio da Silveira e, posteriormente, em 1983, comprada da sucessão de Damasio pelas empresas Pousada da Praia Ltda Edusa SA Edificações Urbanas, de propriedade de João Perdomini. “Essa área onde esses invasores estão está há 30 anos com florestamento de pinus e sendo resinado há 10 anos”, disse Perdomini.

O Jornal Integração foi até o local e conversou com Marcos Leal, representante da empresa Urbanek, que trabalha com extração de madeiras. “Fomos contratados para fazer o corte dessa área, com toda a documentação apresentada, como a autorização para o corte e até emissão de nota fiscal. Quanto aos homens que estão no local acampados, não são de nossa responsabilidade e nem sabemos quem os mandou aqui”, disse Marcos. Para Aloisio Perdomini, houve má fé na ação dos invasores. “Como que alguém vem fazer o corte de madeiras com seguranças encapuzados e armados? Se fosse tudo dentro da lei, não haveria problema algum em fazer o serviço. Então todos sabiam o que estava acontecendo”, disse.

Na manhã de terça-feira o responsável pela empresa Urbanek ordenou que seus funcionários parassem com o corte das árvores e se retirassem do local. “Se eu soubesse que teria todo esse problema, jamais teria fechado negócio para esse serviço”, completou Marcos Leal.

Conforme o contrato em que o Jornal Integração teve acesso, o suposto dono da área seria Renato Boher. A reportagem tentou contato com Renato, mas não obteve sucesso. Na manhã desta quinta-feira, dia 03, João Perdomini informou que a situação havia sido resolvida. “Eles acabaram reconhecendo o erro e se retiraram do local. Foram só mais uns que tentaram e não levaram”, concluiu.

Boletim de ocorrência

O fato foi registrado na Delegacia de Polícia de Cidreira, conforme a ocorrência 2283/2022. A Brigada Militar recebeu a denúncia através do número 190 e foi até o local para averiguar os fatos. Segundo o BO, os policiais militares constataram que havia oito indivíduos encapuzados com touca ninja, que se identificaram como seguranças privados. Durante a revista, não foram encontradas armas de fogo. A BM orientou as partes e encerrou a ocorrência.

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