A formação de uma comissão mista composta por integrantes da 18ª Coordenadoria Regional de Saúde do Estado, prefeitos da Amlinorte, Ministério Público e a direção do Hospital São Vicente de Paulo de Osório, foi o resultado de uma reunião realizada na quinta-feira, dia 21 de julho de 2022, na sede da Amlinorte. O encontro contou com a presença da secretária de Estado da Saúde, Arita Bergmann, que veio ao litoral para tratar da situação crítica desta instituição filantrópica de saúde.
“Não podemos falar em fechamento de hospital e sim buscar alternativas para resolver as dificuldades apresentadas, com a ajuda de todos conseguiremos”, conclamou a secretária Arita em seu discurso aos presentes. A assessoria jurídica da Amlinorte informou que há possibilidade legal dos municípios repassarem recursos à unidade de saúde, porém precisa ser feita uma auditoria e após essa análise definido qual a melhor estratégia de aporte.
Essa comissão deverá analisar todos estes aspectos, assim como apontar alternativas para que o hospital aumente sua produção sem onerar os custos fixos. O trabalho desta comissão deverá estar concluído num prazo máximo de 30 dias.
Entenda o caso
No fim de junho, o diretor-presidente do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Osório, Marco Aurélio Pereira, expôs aos vereadores de Osório a situação financeira da instituição de saúde, que aponta o déficit operacional de aproximadamente R$ 1 milhão e 300 mil mensais, considerando a receita média de R$ 1,7 milhão e as despesas, que chegam a R$ 3 milhões. Com a crise de custeio, segundo o dirigente, há recursos para o pagamento de funcionários e médicos somente até o final de julho, com o risco de paralisação total dos serviços hospitalares.
Conforme o dirigente, para manter a prestação de serviços essenciais e promover investimentos, o HSVP vem contando com repasses de verbas possibilitados por meio de emendas parlamentares de deputados federais e senadores, que de 2019 até março de 2022 somaram em torno de R$ 7,8 milhões. Marco Aurélio Pereira informou que cerca de R$ 2,5 milhões provenientes de emendas parlamentares devem ser recebidos pelo hospital, no decorrer deste mês. Ele ponderou que os serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não são remunerados adequadamente e não cobrem os custos com medicamentos e materiais de consumo hospitalar, agravando a crise financeira.
Os investimentos realizados em infraestrutura, desde o início de sua gestão no HSVP, também foram explanados na reunião. A instituição presta atendimento, em média, a 70% de pacientes oriundos do SUS e 30% de convênios e particulares. A estrutura geral possui 126 leitos e conta com serviços de Urgência e Emergência 24 horas, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com 10 leitos, Centro Obstétrico, Bloco Cirúrgico, Psiquiatria e Hemodiálise. Está em andamento a habilitação para a prestação de serviços oncológicos, bem como nas especialidades de Urologia, Ginecologia e Coleta de Sangue.
