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Capivari do Sul

Soja se destaca como a principal cultura de verão em Capivari do Sul

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A área semeada projetada de arroz pelo IRGA no Rio Grande do Sul para a safra 2022/23 é de 862.498 hectares. A produtividade estimada é de 8.226 kg/ha. Houve avanço no número de lavouras em fases reprodutivas; 42% estão nas fases de floração e enchimento de grãos. A cultura apresenta dois cenários completamente distintos.

O primeiro, referente a maior parte das lavouras, é de adequada disponibilidade de água e onde o potencial produtivo se manteve elevado, favorecido pelas condições climáticas, coincidentes com a fase reprodutiva. O segundo cenário é composto por um menor número de lavouras, que apresentam problemas de falta de água e onde a irrigação é realizada com menor eficiência, podendo chegar ao ponto de abandono de alguns talhões em casos extremos. No entanto, é a cultura de verão menos afetada pela estiagem.

Em Capivari do Sul, ao longo dos últimos 10 anos, a área plantada de arroz vem diminuindo gradativamente. Em 2011, por exemplo, o município registrou 14.744 hectares semeados de arroz. Hoje, em 2023, a estimativa, segundo a Emater, é uma área de pouco mais de 6.500 hectares, podendo chegar até 7 mil. Comparado a última safra, houve uma redução de 3.515 hectares, quando foram plantados 9.988 ha. Em 2015 Capivari chegou a registrar 15.243 hectares plantados do grão. A produtividade, em média, vem se mantendo entre 7,5 a 8 mil toneladas por hectare nos últimos anos.

Em Palmares do Sul, a área plantada de arroz chegou a ser de 23.148 ha em 2011. Nestes últimos 10 anos houve uma queda brusca de quase 50%, com uma estimativa de 12.950 ha para esta safra. A produtividade, no entanto, se mostrou no caminho inverso, subindo de 6.158kg por ha em 2011 para 7.200kg em 2020.

Por outro lado, o cultivo da soja vem crescendo em Capivari e Palmares. Em 2011, Capivari semeou apenas 150 hectares de soja. O número foi subindo ano após ano e, para esta safra, foram plantados 10.500 hectares aproximadamente. A produtividade por hectare também teve aumento, pulando de 2.353 kg em 2011 para 3.000 em 2019. Este ano a expectativa é de seja colhido 3.500kg.

Em Palmares do Sul, a área plantada da soja subiu de 60 ha em 2012 para 6.573 em 2020. Para a safra 2022/23, a expectativa é de 9.950 ha sejam semeados com o grão.

A reportagem ouviu três profissionais da área para explicar as mudanças nas culturas de verão na região. O Técnico Agrícola e estudante de Agronomia Douglas Brzezinski, listou diversos fatores que vem contribuindo para o aumento da área de soja na região. “Desde quando o município foi incluído pelo Ministério da Agricultura no zoneamento da soja, em 2016, a área vem crescendo pois os agricultores tem agora a disponibilidade de contratar financiamentos, o que aumentou a produção de soja, gerando mais emprego e renda. Além disso, podemos destacar a rotação de cultura, as plantas daninhas resistentes do arroz, produção, questão econômica e a facilidade da comercialização da soja para valorizar mais o arroz”, disse Douglas.

Gustavo Inácio, Técnico da Emater em Capivari do Sul, colocou a questão econômica como um dos principais fatores para o crescimento do cultivo do grão. “Hoje a soja já se tornou mais atrativa para o agricultor, pois tem um custo de produção menor. O cultivo do arroz sofreu um impacto com o aumento do adubo, diesel, fertilizantes, tem uma mão de obra maior, irrigação, secagem, se tornando uma cultura muito cara. Se o agricultor não conseguir um rendimento mínimo, o arroz acaba não se pagando. Além disso, o preço da saca de soja vem se mantendo nos últimos anos em média a R$ 150,00, assim como uma boa produtividade”, explicou Gustavo.

O Agrônomo Ray Bueno elencou alguns motivos para o aumento na área plantada de soja, entre eles a grande quantidade plantas daninhas nas lavouras de arroz. “O plantio intensivo de arroz gera uma infestação muito grande de plantas daninhas (arroz vermelho) e com o plantio de soja tu consegue matar essas plantas daninhas, tornando as áreas de arroz produtivas novamente. Também podemos destacar o custo de produção do arroz, que se tornou mais caro, e quando colocado na balança com o preço de comercialização, fica desequilibrado, onde temos a entrada de arroz vinda do Paraguai e outras fronteiras. Por fim podemos citar também a influência da guerra entre Russia x Ucrânia, que alterou os preços do adubo e fertilizantes, elevando ainda mais os custos de produção, e a mão de obra qualificada”, comentou Ray.



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