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Palmares do Sul

Impasse entre Prefeitura e Hospital ganha novo capítulo

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Hospital e Prefeitura não chegaram a um acordo para a renovação do contrato (Foto: Jornal Integração)

Ao longo dos últimos anos a relação entre a Diretoria do Hospital São José e a Prefeitura Municipal de Palmares do Sul passou por alguns momentos de crise. O assunto, o valor de repasse do Executivo para o Hospital, foi tema de debate, por exemplo, na administração do ex-prefeito Paulo Lang. Em 2023 um novo capítulo da história vem a tona.

Nesta semana, o atual presidente do Hospital São José, Roberto Hirtz Dutra, eleito para mais um mandato de dois anos em janeiro, divulgou nas redes sociais um vídeo falando que o contrato entre a entidade e o Executivo de Palmares não havia sido renovado. Segundo Bebeto, as partes não chegaram a um acordo sobre os valores. “O repasse oferecido pela prefeitura não supri as nossas necessidades, e com isso iremos atender somente a demanda municipal de urgência e emergência a partir de agora. Enfatizamos que o Hospital não deixará desassistida a comunidade, atendendo apenas a situação supramencionada”, comentou o presidente.

Ainda conforme Bebeto, o valor oferecido pela prefeitura seria de R$ 1,4 milhão ao ano, enquanto a proposta do Hospital seria de R$ 2,2 milhões. O presidente também informou a reportagem do Integração de como funcionará os atendimentos daqui em diante. “Se o paciente estiver sentindo alguma dor de barriga, por exemplo, ou qualquer outra dor no corpo, ele poderá procurar o Hospital para atendimento. Em seguida, ele passará por uma triagem com a enfermeira ou enfermeiro chefe, e também o médico, na qual irão classificar a situação do paciente, se é mesmo de urgência e emergência ou não. Em caso negativo, ele será encaminhado ao Posto de Saúde do município. Nos anos anteriores, nós recebíamos R$ 60 mil ao mês para, além de atender a urgência e emergência, casos da atenção básica de saúde. Esse é o detalhe chave, os casos da atenção básica estão a cargo do município”, explicou.

Roberto destacou ainda que, com o impasse entre Hospital e prefeitura, um médico do corpo clínico será dispensado. “Hoje um médico nos custa cerca de R$ 30 mil ao mês, chegando a R$ 460 mil ao ano. Esse médico, então, será dispensado, ficando apenas com o Doutor Plauto e Marcos, que irão suprir a demanda de urgência e emergência. A enfermeira do Hospital, que antigamente acompanhava as remoções junto com a ambulância do município, não irá fazer mais esse serviço. Já estamos comunicando o prefeito sobre essa situação, que não vamos mais acompanhar a remoção da ambulância com nosso pessoal. Ele terá que destinar um enfermeiro do município para isso”, disse.

Por fim, o presidente relatou que não há pressa em adotar essas medidas devido a forte ligação que a comunidade tem com o Hospital São José. “Essas mudanças provavelmente serão para o mês de abril, pois a população está muito acostumada e vinculada com os atendimentos no Hospital. Toda essa situação foi passada para o prefeito, o qual não admitiu um repasse maior. O atendimento agora será semelhante ao que temos com Capivari do Sul, onde das 21h às 7h em dias de semana, sábados, domingos e feriados, atendemos a demanda do município nos casos de urgência e emergência. A diferença é que aqui em Palmares será 24h”, completou Bebeto.

O prefeito de Palmares do Sul Mauricio Muniz, em entrevista ao Integração, explicou os motivos do impasse para a renovação do contrato com o Hospital. “Assim como o Hospital tem o seu orçamento durante o ano, nós também temos, e precisamos respeitar isso. Sempre prezamos pelo diálogo e a parceria, porém, infelizmente não podemos custear todas as despesas que a Diretoria do Hospital apresentou alegando que caso não chegássemos a esse valor alguns serviços seriam interrompidos; pois as mesmas não são unicamente aos serviços prestados ao Município. Se o Hospital hoje não tem condições de se manter, é preciso que haja transparência e a comunidade saiba disso. Não quero e nem pretendo ter acesso as contas da entidade, mas é necessário transparência”, disse Mauricio.

O chefe do Executivo de Palmares lembrou que a prefeitura não é obrigada a repassar nenhum valor ao Hospital. “Esse elo entre Hospital e prefeitura sempre foi mais por ajudar a instituição, já que a comunidade tem carinho e respeito. O convênio para atendimentos de urgência e emergência, é entre Hospital e Governo do Estado, não com o município”, comentou.

Mauricio destacou ainda que desde julho de 2022 os atendimentos da atenção básica de saúde estão sendo realizados pelo município no Posto da Sede.

“Quando assumimos a administração, possuíamos algumas multas em decorrência dos atendimentos de Assistência Básica e de urgência e emergência estarem ocorrendo no PA de Quintão; onde as consultas agendadas não poderiam ser feitas nem no Pronto Atendimento de Quintão nem Hospital, pois o município possui a Estratégia de Saúde da Família independente. Em Quintão, solucionamos isso com a abertura do novo prédio para atender a ESF, tirando essas consultas de dentro do PA. Nosso governo não foi apontado por isso, mas era um problema que precisávamos resolver na Sede o quanto antes para não correr riscos”, disse.

O prefeito deixou claro que a comunidade não ficará desassistida devido a esse impasse entre a prefeitura e Hospital. “O presidente Roberto disse que um médico custa R$ 30 mil ao mês, sendo que nossa proposta iniciou em R$ 1.310.000,00. Aumentamos mais R$ 90 mil, chegando a R$ 1,4 milhão; e ainda um aporte de uma emenda junto ao deputado federal Alceu Moreirade R$ 240 mil ao Hospital que já foi entregue na reunião e será paga este ano. Ou seja, seria mais de R$ 1,6 milhão ao ano, o que tranquilamente daria para manter o médico e ainda contratar mais um. Se esse recurso não for para o Hospital, vamos equipar nosso Posto, que conta com uma excelente estrutura,e mais médicos, atendendo menor complexidade, além de ampliar o horário; não há problema nisso. A comunidade pode ficar tranquila que os atendimento continuarão e serão reforçados”, finalizou Mauricio.

A Secretária de Saúde Juliana Gasso disse que o objetivo da administração é manter o contrato com o Hospital. “É uma instituição muito querida por nós e também pela comunidade. Hoje o Hospital tem um convênio com o Governo do Estado para urgência e emergência, e esse recurso que repassamos para a entidade é para atendimentos de baixa complexidade. Então nós queremos muito continuar com essa parceria e estamos ainda em tratativa. Mas, assim como disse o prefeito, em nenhum momento a comunidade ficará desemparada por isso. Se o Hospital optar por não fazer mais esses atendimentos, nós vamos absorver isso a partir de abril”, comentou Juliana.

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