Na sessão da Câmara de Vereadores de segunda-feira, dia 27 de setembro, a atual gestão do esporte de Capivari do Sul foi tema de discussão no espaço da Tribuna Livre e também entre os edis da Casa. No início dos trabalhos, o capivariense Diego Couto Alves usou a Tribuna para divulgar o novo projeto do clube de futebol Ipiranguinha sobre categoria de base. Conforme Diego, o Ipiranguinha, fundado em 2016, surgiu com o objetivo de dar oportunidade aos jovens atletas do município de iniciarem sua trajetória futebolística em Capivari através dos campeonatos municipais.
“O objetivo principal do nosso time nunca foi a conquista de títulos, apesar disso ser muito importante, mas sim incluir os jovens neste espaço do futebol. No último campeonato ficamos em segundo lugar, com vários prêmios individuais e o troféu disciplina. Diante disso, a torcida e o próprio grupo de jogadores começaram a exigir mais competitividade, e decidi então me afastar do clube, passando a presidência à Rodrigo Magni. Não abandonei a ideia de que os jovens devem ter oportunidades no futebol local, e junto com meu amigo Mosquito nós criamos um projeto das categorias de base do Ipiranguinha, de 15 à 18 anos. Não iremos agregar somente atletas do Ipiranguinha, mas sim de todos os times de Capivari”, disse Diego, que também pediu apoio aos vereadores. “Hoje estou aqui também para pedir apoio aos vereadores, e não é financeiro, mas sim que possamos ter estrutura para jogar. Apenas isso. Uma atitude equivocada da prefeitura em tirar as goleiras do campo de futebol sete na Rua Portugal vem prejudicando nosso projeto, pois teríamos mais um local para usar. Queremos apenas o espaço para treinar essa gurizada. Peço que briguem um pouco pelo esporte”, comentou.
Diego usou o espaço para questionar o atual método de trabalho da Associação Desportiva Capivariense. “Hoje temos outros dois projetos em Capivari que reúne jovens atletas. Se temos a Escolinha, me pergunto como que sobram alunos para esses outros projetos? Será que a Escolinha Capivariense está abrangendo todos? O trabalho está sendo bem feito? Por que há margem para outras Escolinhas em um município tão pequeno? Os vereadores poderiam olhar com mais carinho a esta situação, pois esporte não é apenas dinheiro, e sim dedicação”, disse.
Por fim, Couto criticou a atual gestão do esporte em Capivari. “Por que a grama do campo de futebol não é cortada regularmente? Por que temos que solicitar sempre isso? O atual governo faz um desserviço ao esporte, pois sempre dificulta as coisas para nós que organizamos o futebol. O atual Diretor de Esportes, Itor, faz um péssimo serviço. É uma ótima pessoa, de coração grande, mas no esporte ele está atrapalhando. Já estamos em meio a pandemia faz dois anos, e somente agora resolveram arrumar o campo de futebol e proibir o uso pelos times. A quadra dentro do Parque Abrahão Nunes está acabada, e precisamos de uma melhora lá. Os vereadores podem apoiar nesse sentido. O futebol, em Capivari, se ninguém atrapalhar, ele anda sozinho”, finalizou.
O vereador Jesuelo Silva apoiou o pronunciamento de Diego. “As suas palavras são as minhas há uns seis anos já, quando assumi o time de veteranos Inimigos da Bola. Quando iniciamos, acreditamos que teríamos apoio da prefeitura. Os alunos da Escolinha hoje estão desmotivados, tanto pela forma de condução dos trabalhos, com o tipo de treinamentos, como também agora a parada das atividades. Mesmo tendo R$ 40 mil de repasse, a Escolinha terá dificuldades de se colocar de pé novamente”, relatou Jesu. Quanto a gestão do esporte, o vereador acredita que a cobrança deve ser em cima do prefeito. “Já cobrei muito o Diretor de Esportes, o Secretário, mas quem tem de ser cobrado é o prefeito, pois ele é quem manda. Esse final de semana teríamos jogo do Inimigos aqui em Capivari, mas os campos não foram liberados devido a reforma. Não temos apoio, mas mesmo assim temos uma agenda de 35 a 40 jogos por ano. A prefeitura de Capivari faz uma força para as coisas não darem certo. Não precisa ajudar, mas não atrapalha quem quer fazer”, disse.
Renato Leal deu os parabéns a nova iniciativa do Ipiranguinha. “Já participei do time, e sei que a gurizada é empenhada e tem dedicação. Quanto ao esporte pode contar comigo. Acho que está na hora do esporte voltar com força em Capivari. Nós da bancada do Cidadania estamos preparando um projeto sobre o assunto e vamos divulgar em breve”, comentou Renato.
Para Elis Bueno, qualquer pessoa que tiver interesse em ajudar e orientar as crianças terá o seu apoio. “Acho que o esporte é um dos fundamentos que tira as crianças da vulnerabilidade. Quando elas estão lá, não estão pensando em outras coisas, e se não tiver o campo para jogar, onde elas estarão? Pode contar comigo com o apoio para estes projetos”, disse a vereadora.
Tatiane Kestering falou da importância da prática de esportes pós-pandemia para as crianças. “Esse projeto do Ipiranguinha tem meu total apoio, pois as nossas crianças precisam do esporte, de praticar atividades físicas. Não só as crianças, mas a população adquiriu uns quilinhos a mais com essa pandemia, e essa iniciativa é muito legal”, disse. Cristina Bueno, que foi presidente da Associação Capivariense, falou que o projeto, muito mais que a prática em si do futebol, é também uma questão social. “Sabemos que tem protocolos a serem seguidos, e estão sendo liberadas algumas coisas, e a Escolinha já poderia retornar também. Cada vez está mais difícil de conseguir pessoas que estejam a frente de projetos desse tipo, e aproveito e deixo o convite aqui a aqueles que possam tocar essa iniciativa. Não é fácil, e precisa de doação. Discordo do vereador Jesu quando ele falou que as crianças perderam o interesse na Escolinha. Quando fui presidente, nós tínhamos por volta de 140 crianças, e quando entreguei era 210. Era difícil de acomodar a todos. O intuito da Associação é muito mais social do que o desenvolvimento de um atleta de futebol. Todos os quesitos são importantes, mas o objetivo principal é social”, explicou. Geovane Silveira também destacou o lado social da Escolinha em sua fala.
A presidente do Legislativo Fabiana Costa reforçou o pedido da colega Cristina sobre novas lideranças em projetos sociais. “Hoje precisamos de mais pessoas com essa motivação, que comande esses projetos. Parabenizo o Diego por esta iniciativa com o Ipiranguinha. Quanto ao Itor, ele é uma pessoa incansável. Nesta pandemia, sabemos que os campos não podiam ser utilizados. Agora, com a liberação, vai ter sim os cuidados com toda a estrutura do esporte. O Itor também se envolveu muito com as questões da saúde nesta pandemia”, disse Fabiana.
Manoel Dias defendeu a criação de uma Liga de Clubes para fortalecer o esporte. “O correto era isso, a criação de uma Liga onde os próprios clubes é que fazem o campeonato. Não podemos cada um puxar pro seu lado. Na Escolinha hoje temos dificuldades de criar uma nova diretoria, e a pandemia fez com que os trabalhos fossem interrompidos. Apoio a iniciativa do Ipiranguinha com a categoria de base”, relatou.
O Jornal Integração procurou o Diretor de Esportes Itor da Silva para falar sobre o assunto debatido na Câmara. Segundo Itor, na próxima semana ele irá se manifestar com todos os pontos esclarecidos. “O que posso dizer nesse primeiro momento é que não concordo com o que foi falado. Sempre fui um defensor do esporte em Capivari e parceiro das equipes. Mas semana que vem irei esclarecer todas as dúvidas sobre o assunto”, comentou.