Editorial

Capivari e Palmares não irão adotar passaporte da vacina, não neste momento

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O passaporte vacinal, que consiste na apresentação da carteirinha de vacinação contra a covid-19 para o acesso a atividades coletivas ou ambientes públicos, tem gerado muita discussão entre autoridades sanitárias, estados e municípios. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontou que 32 cidades gaúchas já aderiram a medida. Já no Brasil, ao menos 249 cidades já adotaram alguma restrição aos não vacinados. O levantamento foi realizado entre 20 e 23 de setembro com 2.461 prefeitos.

Os prefeitos de Capivari do Sul, Leandro Monteiro, e de Palmares do Sul, Maurício Muniz, dizem que neste primeiro momento não pretendem adotar nenhuma medida neste sentido, contudo, esperam pelo posicionamento da Associação dos Municípios do Litoral Norte – AMLINORTE, para uma decisão conjunta no futuro. Conforme Monteiro e Muniz, os municípios estão com a vacinação bem adiantada, com bom percentual de vacinados.

Em vigor deste o dia 15 de setembro no Rio de Janeiro, a exigência do passaporte foi suspensa em caráter liminar na tarde de quarta-feira, dia 29, pelo Tribunal de Justiça do Rio, que atendeu um pedido de uma cidadã e estendeu a decisão para todos que circulam pela cidade. Para o desembargador Paulo Rangel, o passaporte é uma “ditadura sanitária” e fez analogia à escravidão. Ainda conforme Rangel, o decreto emitido pela Prefeitura divide a sociedade e é uma afronta ao direito à liberdade de locomoção.
Para a CNM, muitos prefeitos descartam o uso do passaporte de vacinação em suas cidades por alinhamento ideológico com o presidente Jair Bolsonaro, que já se manifestou contra essa exigência da imunização.

Este posicionamento da CNM, que representa todos os municípios brasileiros, é totalmente político. Ou seja, se você é contra o passaporte ou contra a vacina é porque você é um “bolsonarista”. Ninguém mais pode ter opinião sobre o assunto sem ser taxado de alguma coisa.

No entanto, após essa divulgação da exigência do passaporte da vacina, muitas dúvidas nos vêm à cabeça. Será que apresentando esse passaporte teremos dentro do ambiente a total liberdade de permanecer sem máscara, não usar álcool em gel e abraçar pessoas como fazíamos antes do coronavírus?

Na França, houve uma grande discussão pela criação e imposição desse passaporte da vacina, porque lá há um grande movimento antivacina. Mas aqui no Brasil, o brasileiro tem o hábito de se vacinar, já temos uma grande parcela da população já vacinada, então qual a finalidade real desse passaporte de vacina? E se já estamos vacinados, até quando continuaremos a usar máscara? Até a “grande mídia” decidir qual é a hora?

No Brasil, nós temos liberdade para que as pessoas decidam e escolham conscientemente se querem ou não ser vacinadas. Retirar da população esta liberdade sem justificativa e sem apresentação de uma finalidade específica para a retirada de liberdade não convence as pessoas e suscita questionamentos.

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