A edição do Jornal Integração do dia 31 de março de 1999 dedicou boa parte de suas páginas a uma notícia que frustrou a comunidade capivariense. Em busca da implantação do 2º Grau (Ensino Médio) na Escola Estadual Arthur da Costa e Silva, um grupo 40 pessoas, formado por pais, alunos, professores e vereadores, subiram em um ônibus e foi até o Conselho Estadual de Educação, em Porto Alegre.
O processo que pleiteava a instalação do 2º Grau foi relatado pelo conselheiro Lenio Mâncio, que manifestou contrário ao mesmo. Ao justificar seu parecer, argumentou que através de uma ligação telefônica com a Escola Albano Alves Pereira, de Palmares do Sul, recebera a informação de que todos os alunos de Capivari do Sul estavam sendo atendidos a contento por aquela escola, e sendo assim, não haveria a necessidade da implantação de um novo curso de 2º Grau.
A comitiva de Capivari demonstrou indignação, porque a justificativa não condizia com a realidade e pelo fato ainda de que uma decisão tão importante para um município foi baseada em uma informação via telefone. Os alunos que lá estavam perguntavam por que não foi averiguada as condições que estavam estudando, já que estavam mal acomodados em salas superlotadas e com falta de professores. Muitos chegaram a dizer que iriam desistir, pois além destas razões, existia o fato de não terem condições financeiras para custear o transporte escolar.
A diretora da Escola Arthur da Costa e Silva, Celanira Braga, recorreu da decisão junto a 11ª Coordenadoria de Educação e a Secretaria Estadual.
Diretora da Escola Albano contesta conselheiro
Após receber o resultado da votação, o Jornal Integração entrou em contato com a diretora da Escola Estadual Albano Alves Pereira, Loide Moraes Sant’Ana, para esclarecer a informação do conselheiro Lenio.
“Estamos atendendo em caráter precário, com turmas de 40 a 50 alunos, em salas projetadas pela SEC para o máximo de 35. O delegado da 11ª Coordenadoria de Educação, Renê Paulo, pediu que fosse feita uma turma para atender Capivari. Chegamos a fazer uma turma a noite para cumprir com o pedido do delegado, sendo que os pais de alunos menores de 18 anos assinaram um termo de compromisso para isso. O Conselho pode vir conferir que não temos sala sobrando, pois as dez salas existentes estão todas ocupadas com turmas. Estamos atendendo somente aqueles que vieram nos procurar, mas sabemos que muitos ficaram esperando por Capivari. Para nós, seria muito bom que saísse o 2º Grau no Capivari, pois sobraria mais espaços para nossos alunos, mas isso não quer dizer que estamos rejeitando os alunos do município vizinho. A decisão do Conselho Estadual afogou a Escola Albano Alves Pereira”, disse a diretora.
Documentos assinados não tiveram valor na decisão
“O Conselho Estadual da Educação negou nossas informações através de documentos, devidamente assinados, e preferiram acreditar em um telefonema”. Esta foi a declaração da diretora da Escola Arthur da Costa e Silva, Celanira Braga, referindo-se a negativa do Conselho para a implantação do 2º Grau no município.
“Nós preenchemos todos os requisitos exigidos pela SEC, inclusive foi anexado um documento no processo assinado pela diretora da Escola Albano onde afirmava que a escola estava com as turmas completas e encontravam dificuldades para atender a demanda de alunos de Capivari”, disse Celanira.
A diretora não descansou enquanto não conseguiu a implantação do 2º Grau em Capivari do Sul, e a conquista ocorreu dois anos mais tarde, em 2001, quando a primeira turma de Ensino Médio foi formada.